Poemas


ENGANO

Um gesto de amor
Não é suficiente quando tudo dá errado
Quando acaba a essência do que se sente
E por fim se prefere a morte

Dentro de cada alma ferida
Do amor que finda
O fel do engano de pra sempre
Quase insuportável, deseja se a morte

Com o frio da solidão
O coração torna mais resistente
E sentimos que o vazio e nossa defesa
E esquecemos que queríamos morrer

E que não é nenhum sacrifício
A existência do adeus
São dois corações se separando
Dois mundos surgindo
Mas não é nenhum sacrifício o adeus,
Mas é sempre um novo começo
Não se pode sentir medo de recomeçar

Se existe ainda o respeito
Vão existir mais lembranças boas
A insensibilidade constrói uma prisão
E essa liberta não é capaz de manter o amor

Perde-se a direção
E as coisas se tornam insuportável
E não se chora mais, por que o fim é inevitável
E não resta nenhum sinal daquele amor  

E a solidão parece ser mais suportável
Doce engano, e logo se percebe a verdade
Nada é pior que a solidão, que a existência de um vazio
E você vai se resumi apenas em isso.



SER POETA

O poeta não faz arte
O poeta representa a arte
Representa a vida, diante de si
O poeta não busca rimas
Mas sabe tirar poesia de aonde só ha dor
O poeta é ser que nasceu pra sofrer
E representa sue sofrimento e o torna sua arte
Mas ele não faz arte, ele a vive
O verdadeiro poeta não aceita formas
Ele apenas faz e não aceita formula
E nem imposição, é simples em momentos
Outros caem em contradição
Poeta sem duvida e quase igual a todo mundo
Mas a única diferença e que a arte è o poeta
O poeta é a arte, o dois na verdade um.

 
MINHA ALMA

Minha alma está em luto
Envolta em um vazio que deixaste
E agora sinto como se o mundo não existisse
Como se as coisas que sinto fossem parte de um inferno.

Um inferno particular
De campos vazios e abstratos
De fantasias de teor duvidoso e mórbido
Como se tudo me dissesse algo que não entendo.

E nesse não entender, vou morrendo
E sem nenhuma resistência, vou ao encontro de ti
E em prece peço que tenha resistido à distância nosso amor
Vou Caminhando entre espinhos, que não ferem por que não sinto dor

Não sei se minha alma ainda me acompanha
Ou se a ela restou alguma razão
Vou pisando em espinhos
Deixando rastro de sangue ao chão.

Vou insistentemente, seguindo numa direção contraria
Vou caminhando sem direção
Perdendo todo meu sangue
E o pulsar do coração.

E em suplica peço meu Deus
Tira-me daqui, ou deixa-me morrer
Estou em alma morto, de tanto sofrer
Deixa-me ao limbo, para secar os olhos meus.

Não deixa me arder em inferno eterno
Mas se poderes deixa-me no inferno de uma vez
E queira que minha morte acabe essa insensatez
Para que não possa sofrer mais esse mal de amor.

Não posso suporta o vazio que me abala
E nem minha voz que se cala
Nem meu grito de agonia e mais ouvido
No peito essa sensação de quem estar deprimido.

Minha alma não dá mais sinal de existência
Minha razão a muito me deixou
E acabou tudo que trazia comigo
Jamais esperei correr tanto perigo.

Se em teus braços sentia-me feliz
Na dependência que sinto
Hoje seus braços me sentenciaram a morte
Do amor que antes tinha agora me resta a morte.

De amor que não quis
Embriaguei-me loucamente
E agora sinto o pesar do meu feito
Com essa dor a invadir o meu peito.

Em isolamento de tudo que tive
É nesse vazio que me restou
Que tenho certeza de quão feliz estive
E de quanto você me amou.

E se minha alma se revela covarde
Deixo seguir sozinha em direção segura
Por que ela ainda não entende que na dura
E o pra sempre do nosso amor
Hoje emana loucura.    

 
ESCALADA

Como é escuro o mundo
Como tem tantas sombras de onde eu vejo
As coisas são limitadas aos olhos
Mas as sensações se multiplicam na mente.

Queria quem saber por um momento
Acender essa luz, e fazer tudo clarear
Mas como posso ser dono da razão
O breu, é mais forte que eu.

Queria fazer surgir um riso
E não lamentações, de um dia infeliz
E nas mesmas lâmpadas apagadas ver a luz
E descobrir que ainda resta dentro um paraíso.


E cada dia desespero, e espero dia melhor
E esse não vem e não chega
As coisas passam depressa em minha volta
E em minha volta as coisas parecem pior.

Queria ouvir musica lenta
E não a insistente macha fúnebre
Esse que toca todos os dias ao por do sol
E vejo almas que choram e lamentam.

Quase sem saber declarei morte aos sentidos
E quase decepcionei o que sentia
E não eram por pouco os risos
Em deboche aos medos, atendidos.

Mas esses medos perduram
E esses medos se criam
E por mim se fortalece
E quando monstro perante ele padece.

E quando penso “clareou o dia”
Essa loucura faz-me de novo
É saber que dura essa infeliz alegria
Apenas até o próximo suspiro.

O fato de sempre vir
É como se sempre esperasse o fim
É como sempre começasse tudo de novo
E as Abadias, abatidas cansadas, decepcionadas.
E quem Cede a água, não mata a sede
E não sente a perversa realidade
Que tudo traz dentro, pura maldade
E quem sabe de quantos estamos falando
Homens, mulheres que deviam amar, mas estão odiando.

E não percebem que os olhos estão na face
E que esses servem para olhar a paisagem
E não pra olhar o ato de suas entranhas
E se caso fosse a esse serviço adaptados,
Jamais iria ver mesmo ao longe o horizonte
E esses sempre azuis
Jamais verá que o mundo estar ai, que sempre esteve
Se for nessa razão sua existência, perceberá ser irracional.


VIVER

No Que me envenena
No que me agride, me faz mais resistente
As tumbas que se abrem em frente
Só me fazem ter mais visão
E todos os precipícios que abriram em meus pés
Apenas me tornou mais hábil na escalada
Nas doses homeopáticas de veneno
As quais tomei diariamente
Fazem-me resistir a dozes cavalares
E cada uma desses dozes me abre a mente
Como o mais forte complexo vitamínico que tomei
Dá a sensação de conhecimento
Às vezes sinto que dá pra prever reações
Às vezes sei as almas que se aproximam envenenadas
E as trazem consigo o veneno
E me liberto em teses simples e simplesmente afasto
E saindo do campo de visão vou resistindo a dozes e dozes...
E no que me surpreende ainda é que cujo prazer que vem junto ao veneno
E que cujo veneno é puro prazer
É parte de vicio, que tende a deixar apaixonado
E por esse cujo envaidece
Demonstrando vida, o cujo é irresistível
E na sua mais nominal situação, vida
E em seu ato de vicio, viver.


CAMINHO

Às vezes eu vago
Na minha mente sóbria
La passo ás noites
Enquanto aqui vivo de dia.

Tendo tormentas, em sonhos
Que me fazem tremer
Nessa ilusão, em sono fecho o punho
E mesmo reagindo ainda me faz temer.

Nas curvas tênues de inconsciência
Lembro-me de um nada, aquele vazio
E em termo certo, paciência
A única a morar nesse peito sombrio.

As coisas que sentia
As mesmas repetidas sensações
E tudo faria, e tudo ia, e tudo sumia
Tragado por essas existências, contradições.

E quem vai sentir
Nas mesmas medidas, vazio
E fácil olhar para fora e omitir
A existência desse ócio.

Passado os passos dados
E as cartas na mesa
E os dados jogados
A alma ainda estará indefesa.

E querendo ou não ainda haverá
E sabe que é morte, à noite
Que a vida logo amanhecerá
E a vida estará de volta, e forte.

E na existência de uma morte
A cuja samba sob o tumulo
Onde jazz o cujo ser errante
E o ato beira o cumulo.

E nas contradições existentes
Anda vejo a resistência da vida
Como uma velha caquética com poucos dentes
E ainda aparenta forte, mas aparência entristecida.

E sonhando o inconcebível
E acreditando no inacreditável
Embriago-me e descubro se visível
Ao mundo perverso inexistente e invisível.

E sigo tirando sonhos
De dentro de mim
Sem revelar sua fonte
Mas nem saberia dizer
Pois eles surgem, e me dão prazer.

Sinto me envolto em escura neblina
E me sinto perdido, sem me achar
E a sinto me como ave de rapina
Cega sem poder voar
E assumo as trevas dentro de mim
Pelo fato de não poder me livrar
Sou um pássaro de fogo
Sou de gelo, quando vem me acalmar
Sou um pesador errante
Sou a rede ao sol vazia
Sou o córrego transbordando
Sou o segredo da vida, quem traz a morte
Sou a sorte da existência, da inconcebível
Sou mensageiro da inevitável morte
No limite do sóbrio e loco, sou a insistente linha
Sou do mundo as dores, elas são minha.
Sei que tudo, e que em mim nada tenho
Por que meu ego está em ismo,
Por que não há em mim um cantinho de paraíso
E para isso desfaço muralhas, calçadas
A espera de florescer algo
Mas em solo infértil nada germina
E quando terminar esse dia, a vida também termina
E as dores si vão
E a morte cumpre seu papel
Simples, na hora e cruel
E quando as dores si vão novas dores surgirão
E outras tantas se multiplicarão
E tudo será dor, e nenhuma cura
A essa imensa falta de amor.


ESTÉRIL

Não há fogo que resista a uma medida superior de água
Não há amor que resista a uma medida superior traição
Nas medidas que se pode assimilar
Não nada que resista a uma dose continua de ingratidão
Não nada que resista a uma dose mortal de lagrimas dementes
Que em demência tem como fundo a falsidade e a traição
Não fraterno aonde impera as leis do inferno
E não paz onde há necessidade de negocia - lá
Não há paz, aonde as mentes são obscuras
Não há felicidade dentro de casas que cujo amor inexiste
Não há quem resista a medidas diárias de ódio
E não há ira aonde houve amor
Onde há ira existe a incapacidade de afeto
A esterilidade de amar.
Há desertos com mais a mostrar do que florestas habitadas
Há mais a descobrir em um deserto do em uma cidade
No silencio, e nas palavras se sente muito do outro
Mas nos gestos é que se conhece a verdade.

 
RECORRENTE

O que deverias falar de futuro
Fala de uma alma envaidecida
E que por muitos foi ferida
Outra historia quase tão fiel
E também tão esquecida
No fundo não se sente
O que soube do passado
Na verdadeira missão do acaso
O problema é o tempo
O tempo que devora
E abre chagas, por pouco cicatrizam.

Mas se tenho mais tempo, às cutuco
E voltam a jorrar insensato
No que pode, e no indevido
Mas passa tempo, que esse é perdido
E as feridas saram
E a cura dura ate o próximo ócio
E o próximo ócio dura até a próxima cura.


TEMPO

No que temo
Nada me destrói
Mas o que amo destrói
É como pragas a tragar minhas entranhas
E por pragas...
E por entranhas digo sonhos
Mas meu fraquejar chegou a um fim
O meu fraquejar estar agora no passado vergonhoso
E como são escuros os meus passados passos
Que nem em minha historia conseguirei lembrar
E perto do começo me descubro e me refaço
E quando penso que desistir de tudo me lembro
Meu maior sonho ainda incuba parado
Como que em um instante passou anos
E como quem por anos viveu apenas alguns instantes
As lembranças doloridas de um vazio
Mais doloridas pelo fato de me serem vagas
E muito dos detalhes sórdidos ainda lembra
Mas nem um destes momentos vividos me vem à memória
Mo que buscou no passado e sabe agora
O que quero e uma vida sofrida
Mas Deus, essa será minha, minha vida
E que me fere, confere o que sinto
Mas essa é vida que sempre quis
A vida que desejei que sempre estive a espera
Sem nada fazer por mim
Que mim, me fizesse feliz
Hora! Essa é a hora de expor meu querer
Vou ser com toda ajuda, minha
O maior dos sofredores que eu já ouvi falar
E no Auditório discursarei todos os dias
E assim direi asneiras e as asneiram me servirão de arte
E nesse artifício, nesse ar difícil
Repousarei mais jamais vetarei ao ócio da minha juventude.
 

PASSOS (Loucura)

Por mais que os anjos
Por mais que os homens
Por mais que temos medo
Ainda entra e invade.

Por mais que há repulsa ao sentir racional
Ainda há uma razão que faz tudo ter sentido
Essa ainda não se revela aos olhos e nem aos ouvidos mortais.

Mais se esconde nas lagunas profundas das almas
Esconde em breu que nunca se esclarece
Mais ainda está lá como parte o sentido
Mas se ainda falta acalanto e calma
Não se contesta apenas se sente
Na sua existência meramente imaginaria
Ainda faz milagres, ainda cria correntes
As quais seriam por natureza libertas
Mas não se devem libertar todas as mentes.

Não existem termos, nem científico nem chulo
Mas essa cuja está presente no coração e mente
Mas se não cuida, não há zelo tardio
Que possa reconstruir a veias
As vias por onde se exercita o inexistente
Mas que por razão é inexistente
É intocável e invisível, indolor, insensível
Mas irresistível, vicio mortal
Mas que por si só é vida
Não há alma que ouça à...
Mas se sabe que si tem
Quando tudo estiver pode ser ilusão
Quando não for, será a realidade exposta a toda face
E no que relata a morte
Ainda si relata um começo
Temos tanto a perder que perdemos
Temos tanto a ganhar nas derrotas
Que as vitorias parecem apenas vitorias
Por que em lógica ela estar lá, imóvel.

Mas que corre ao sangue de vitimado e vitima
Que muda e transmuta, e transforma
Que insiste em metamorfose
Em um vicio piramidal, paradoxal
Que vais e que vens, mas sem sentido
Cem sentimentos e sem razão
Apenas nessa se encontra a falta
Mas existência sem nexo permanece
Não ao nada de uma maneira geral
O nada e localizado no inexiste
O que se prende no que se liberta
Nas mesmas medidas
Desertos se criam, se transformam
E nas razoes conhecidas se desconhecem origens
Mas nas inexistentes se sabe a ausência
Por que não há o que sentir
Nada que se refere ao sentido é certo
Nada é errado e nada se descarta
O sentido da vida é o fim
E que se entende por fim digo a morte
Mas não existe razão.

Não existe mesmo, mas é na inexistência que ela estar
Nas afirmações levianas e nas equivocadas
Nas sem propósito, nas interessadas
Quando se faz presença presente
Talvez não se submeta ao acaso
Mas tudo do talvez seja isso apenas
Mas se por cientifico método falarmos em probabilidade
É isso apenas é apena provável
Provavelmente, mentirá razões
E nessa mentira, uma verdade se conduz
Não há ratos no porão è só a imaginação
Apenas ela e que ti faz fértil ao campo das teorias
Mas essa mesma é parte do capo da loucura
È quase impossível perceber um elo
O qual possa delinear um contorno de começo ou de um fim
Quem sabe existe uma linha que tão tênue
Essa seja apenas imaginária, imaginar iria?
Não se sabe ao final que mais loucura tem
Ainda não se chegou a esse campo da razão
Por a razão não se define em campos, áreas
Mas si pauta na inexistência, incoerência
Como se pode medir ago que existe no leu
Que nessa imaginação incapaz de se materializada
Não pode projetar nada, mas se pode transformar em possibilidade em talvez
Ainda não estamos aptos a aceitar a impossibilidade da compreensão
O impossível existe nas a negação cria a possibilidade
Tudo isso por medo de afirmação
Que nunca deve ser feita, uma certeza
Que nunca deve ser dada por que é inconcebível
A elaboração de um nada, que explica a inexistência de algo
Mas isso ainda se criará
E se acreditará mais uma vez
E nova corrente se erguerá,
E novo muro se levantará
E não mais se verá o horizonte,

Não mais o por do sol
Nem mais o nascer do sol
Não a lua cheira e não mais vida
Mais inda se vivera em uma terra artificial
E nesse artifício a programação estará completa.


ANTES

Mas se essas coisas?
Não se sabe qual será, qual seria.
Não se pode dizer tanto, o quanto nada é dito
Nada, é isso que si resume...
Nada é isso que si tem
Quando se pode propor
Ou supor, que antes fosse!
Mas sem direito a alarde
Sem direito a nada nenhuma reação
O que se pode ter em tudo isso
Nada, essa essência é tudo
Um vazio só
Nem mesmo parte de algum mundo
Não pode dar o que tem, mas si pode simular
Caso tudo acabe bem, nada acontece
Se acabar mal, nada salva.


AMPLIDÃO

Não sei mais se sou eu parte do agora
A única que sinto e a insistência de existir
A tal existência que me devora
Na presença que sua falta me faz
Não sou sobrevivente apenas existo na ausência
Ausência que traz a seleta solidão
Que me faz sentir vivo na ausência desta paixão
Que mesmo passional não consigo agir
Desistir não adianta, nem mesmo a morte me acalmaria
Mas nada me é dado a preencher esse vazio
Que contempla meu ser
Que traga por dentro
Que me atira ao infinito, do existente ser
Que não resiste ao que lhe é dado como prova
E nessa se revela a capacidade de realizar-se um ultimo ato
As cortinas caem e o cenário é descoberto
E na força se faz presente amado amante
E bela dama que chora por tarde chegar
Que nada consegue fazer, além de chorar
E em repente macabro, na ponta de uma lança
Lança-se ao vazio, e desce em uma dança
Em uma busca improvável ao amante
Adultera em seu ultimo ato se perde na escuridão.

 
NÃO

Nega seu amor por que quer
Nega sua vida por que ela é minha
Nega seus olhos
Nega mim tudo
Você pode ir embora e nunca mais voltar
Você pode ir...
Mas ainda posso ti amar.

Nas regressas paixões
Nas lacunas da alma
Insisto e relevo, ainda a ti amar
Não sentindo se não estiver comigo
Mas essa calma fere-me mortal
Como sei que amas.
Como sei que finges bem
Mais tenho duvidas em ti
Em mim não tenho.

Repare e repasse
Sonhe e abrace
Estou tão perto de mim mais longe de tudo
Mais ainda de ti
Sou eu um passo apenas
Em desertos de almas
De safenas e suturas mal feitas
Sou não, mais não
Mas sei que sou sim
A parte mais longe de um próprio eu
Longe de mim
Mas repare e repasse amo
E isso diz a ti
Não sou um termo de compromisso
Mas também não sou omisso
Nem a responsabilidade cabe em mim
Nem sou responsável pelo que sinto
Se disser que ti amo
É por que amo!


NÃO HÁ TEMPO QUE FAÇA TI ESQUECER

Nas minhas noites de insônia
Nas minhas penumbras de amar
Nos meus olhos aguados,
Nos meus lábios rígidos de frio
Nada me traz a certeza que vai passar
Não tenho se quer um prova de esquecimento
Mas por ti amar sozinho lamento
Lamento tanto que pergunto a vida o que eu faço
Mas mesmo com o passar do tempo
O meu desejo é estar aos seus braços
E sentir seu cheio de pertinho
Não há tempo que apague esse súbito amor
De súbita entrega, de súbita paixão
Mas nem mesmo quando quero
Não aquieto meu coração
Não esqueço nem por segundo a idéia de ter lá em minhas mãos
Mas não temo ao destino que como sei ainda é criança
Mas não temo a crueldade da criança em questão
Por quê? Não si pode temer, nem dizer não
Apenas a crença que ele será amigo
Assim ainda sonho ter lá comigo
De instante insano eu vejo as horas passar
Imagino comigo quanto dói esse tal de amor
E é claro que mesmo em meio ao ímpeto de amar
Ainda me sinto seu refém, a amar ti a distancia
A querer ti como quem quer eternamente viver
Mesmo sabendo que algo impossível de ter
Não há tempo que me faça ti esquecer.
Por mais que passe mil anos,
Ainda que esse tempo fosse me dado
Não a esqueceria, não a deixaria morrer dentro de mim
É puro amor o que sinto, pura obsessão, desejo, loucura
Sei que por mais que peça do meu peito esse amor não sai
Por que eu tente essa obsessão não cura
Mesmo que for dada a mim a possibilidade de esquecer ti
Mesmo que forem trago a mim todos os tesouros do mundo
Ainda resistira,
Pois no meu amor louco nenhum objeto nem desejo e maior que nem mais valioso,
Nem mesmo as dádivas dadas ao mundo
Nem mesmo as virtudes suprir-me-iam o desejo
Mesmo que fosse dado mim a chave dos céus pra ti esquecer
Ainda seria puro nessa obsessão, desconheço fato ou razão
Que possa desviar de você meu pensamento
Mas se ainda dizerem que basta um pouco de tempo pra ti esquecer
Digo que nem todo o tempo restante ao mundo me faria ti esquecer.

VERBO

Coisas que sei
Coisas que não se sabe
E sinto, sem saber
Coisas incompreensíveis
Coisas inconcebíveis

Não há escuro que mim assuste
Há em relevância em minha alma
Meu breu, fundo sem razão
Eu!
Não se sabe como clarear,
O incerto, certeza se tem
No que sabe vai e vem
Nas almas escuras no escuro também


Preterido pretérito imperfeito
Sou o único a ter defeito.
Sou o único a ter...

ONTEM

Ontem o sol se pôs bem mais tarde
E meu dia não queria ter fim
Foi como se tudo desabasse
Como se meu coração calasse

Uma lagrima tímida rolou no meu rosto
E deu imenso desgosto, o fato da solidão
Nunca pensei estar só em solo que antes semeei paixão
Nunca pensei que pragas modificariam o gosto.

O ontem foi difícil, à noite não dormi
Jamais pensei que em lençóis pra dois
Sozinho eu iria deitar
E nunca supus imensa dor
E nunca pensei sofrer por amor

Jamais disse que amava
Mas estava nos atos, nos gestos nas palavras
Era mais que eu supunha era mais que suportava
Em meu silencio, loucamente ti desejava.

Mas da janela vejo que há possibilidades
E que essa insensata sensação
È apenas o começo de novas verdades
E que ainda irei sofrer, o mal da tração.

Todas as lagrimas que derramei
Um pouco de ti descartei
E quando agora choro
È pra lavar minha alma
E quero que tudo que agora é revolto se acalma.


ENGANO

Um gesto de amor
Não é suficiente quando tudo dá errado
Quando acaba a essência do que se sente
E por fim se prefere a morte

Dentro de cada alma ferida
Do amor que finda
O fel do engano do pra sempre
Quase insuportável, deseja se a morte

Com o frio da solidão
O coração torna mais resistente
E sentimos que o vazio e nossa defesa
E esquecemos que queríamos morrer

E que não é nenhum sacrifício
A existência do adeus
São dois corações se separando
Dois mundos surgindo
Mas não é nenhum sacrifício o adeus,
Mas é sempre um novo começo
Não se pode sentir medo de recomeçar.

Se existe ainda o respeito
Vão existir mais lembranças boas
A insensibilidade constrói uma prisão
E essa liberta não é capaz de manter o amor

Perde-se a direção
E as coisas se tornam insuportável
E não se chora mais, por que o fim é inevitável
E não resta nenhum sinal daquele amor

E a solidão parece ser mais suportável
Doce engano, e logo se percebe a verdade
Nada é pior que a solidão, que a existência de um vazio
E você vai se resumi apenas a isso.


LEMBRANÇAS DE UMA VIDA FELIZ

Estou tentado a recordar das coisas que vivi
Imaginando como tudo seria diferente
Se tivesse aceitado o que dizia os seus olhos
Talvez eu estivesse tão infeliz e não só
Imagino como tudo seria, e sinto que foi um erro...

Passo dias e noites esperando algo acontecer
Sonhando com as noites que não tive
E vivo rezando pra acontecer um milagre
Um que possa me tirar desse abismo
Lembro da sensação de meus pés não tocarem ao chão
De senti uma sensação sobre humana,
Nunca tinha tido nada parecido, com tamanha sensação.

Estou sentado em um canto qualquer
E em meu peito saudade queima como uma chama
E sem saber de mais nada acredito que seu amor me chama,
De uma forma intensa que nem parece que não existes mais.

Com você tive as maiores sensações do mundo
Que hoje, ainda hoje me matem vivo
Sinto triste por ter merecido tão cedo o paraíso
Você sempre soube da minha devoção
Você sempre foi tudo, a minha razão
Mas fico triste sozinho
Que meu peito chega a doer.

E nesse canto encontro lagrimas correndo em meu rosto
E lembro-me de tudo em detalhes
E sinto como se tudo fosse findável
Eu sempre soube que um dia acabaria
Jamais pensei que não fosse resistir.


AREIA

Sinto como se não resistisse ao tempo
Eu fecho meus olhos,
Apenas por um momento
E quando os abro estou mais velho.

Todos os meus sonhos
Perderam-se, e nem sei aonde procurar
Parece que virou pó
E que o vento os espalhou no mundo.

E todos os meus sonhos agora são partículas
Impossível juntar os pedaços
Espalhados pelos desertos e mares
Espalhado em todos os lugares.

Apesar de não querer enxergar
Meus sonhos continuam virando pó
Tudo sendo levado pelo vento
Nem mesmo minha memória recorda.

É duro assumir que nada dura pra sempre
Nem mesmo o vento
Esse muda todo momento
Acaba e recomeça, vai e vem
E leva para outros lugares as partículas.

E o tempo parece cruel
Traz mais vento, esse é incorruptível
Tudo que somos se resume há pouco tempo
Somos tão breves
Como o passar de um vento
Como um lampejo de rápido pensamento
Como as partículas irrecuperáveis
Como o continuo vento.

 
ATÉ AGORA

Todas as memórias foram passadas
Eu queria viver novas, ou simplesmente viver
Eu queria do fundo meu coração acabar com essa dor
Por que insisto em tornar qualquer lugar, um lugar infeliz
Como quem tem medo de viver uma historia de amor
Como quem sempre tem medo de ser feliz.

Se até agora desisti da vida
Se nunca esforcei pra ser feliz
Se até esse momento não me conheço
Acredito que nunca irei me conhecer
E serei sobrevivente, jamais intensamente irei viver.

Todas essas sensações esquisitas
Que criam esse vazio causa estragos em mim
Quando imagino que talvez isso passe, eu tenho paz
Imagino há tanto tempo, que nem sei mais quanto tempo faz
Controlando e descontrolado, nem vejo todo esse tempo passar
E desejo encontrar algo que me ajude a superar.

E desenhando com o vento imagens de memórias
E descubro que faz tanto tempo que as vivi
Chego a esquecer de detalhes, e esses criam a memória
Estou desenhando como crianças, mas com instrumento de louco
Insiste-se em querer a razão, de um por quê?
Sinto sensivelmente esse vazio crescer.

E depois de uma vida medíocre
Queria ter uma feliz, muito feliz
Mais descubro que é impossível algo preencher esse espaço
Parece tão grande que nem sinto mais minhas entranhas
E não recordo de nomes e nem de onde
E hoje vejo pessoas conhecidas, e as acho estranhas
Como se minha vida tivesse sido apagada
E minhas memórias também.

 
RENASCIMENTO

Eu tenho uma pequena caixa
Com todos meus poemas
E não sei a razão dessa caixa existi
Não me lembro de nenhum momento que a tenha aberto
Tenho ainda uma chave no batente da porta
E nem sei o que ela abre
Eu tenho a lucidez de um louco
E não compreendo a razão de existir tantas fotos minhas
E descubro que elas foram feitas em outra vida
E isso é tudo que sei!
Sei que minha estive em cada um desses lugares
Acredito que não tenho nenhuma lembrança
Que não tenha cinza diante dos meus olhos
E sei que não sou normal
E insisto na aparência dessa medíocre normalidade
E todo tempo ouço um musica de fundo
Como se quisesse me dizer algo
E essa fala de alguém voando
E não compreendo, por que não sei
As coisas parecem confusas
Acredito que tenho dormido anos
Ou ficado de olhos bem fechados
Que nem vi esse vazio passar.
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