Em Literatura de
Cordel
Um caso será versado,
Trata-se de um amor feio
Um caso será versado,
Trata-se de um amor feio
E outro mal
acabado.
Uma história cativante
Que lhe deixará apaixonado.
Bem como sabe existia um casal
Viviam bem unidos pelo bem e pelo mal,
os dois eram tenebrosos no jeito de ser
mas no amor os dois eram igual,
nos sonhos doce menina, e imortal
Menino forte que ama de maneira sem igual.
Não era Lampião nem Maria Bonita
Uma história cativante
Que lhe deixará apaixonado.
Bem como sabe existia um casal
Viviam bem unidos pelo bem e pelo mal,
os dois eram tenebrosos no jeito de ser
mas no amor os dois eram igual,
nos sonhos doce menina, e imortal
Menino forte que ama de maneira sem igual.
Não era Lampião nem Maria Bonita
Era tipo
encantada.
mas sem laço de fita
mas sem laço de fita
Ao lado de sua
amada.
Os dois andavam
pela estrada
De uma terra
empoeirada
De calçado de
couro
Mas tinha dente
de ouro
Pouco se descansava
Pouco se descansava
O tempo todo
caminhava
Um amor feio de
poucos dentes
Mas que reluzia
ouro
Mas sem
gentilezas ela tudo levava
Ele a cabaça e
quase sem água ela estava
Na beira de
ribeirinho
Um bem rio bem
riozinho
Param pra beber
água
Ali do lado passarinho
fazia ninho
E do outro ela
reclamava
Mas afinal o que
queria, pois tanto ela tinha
Calos nos pés e rachaduras
nas mãos
Mas ainda
caminharia por muitos chãos
Pararam e
beberam água e seguiu
Ela coitada na
água quando se viu
Quase enfartou
de joelhos ela caiu
E viu o que
estava parecendo
Uma burrega dessas
velhas que o pelo só um fio
Mas estava
contente
Ainda lhe
restava seu dente
Sua aparência
brejeira
Sua forma
singela de olhar
Fazia o coitado
às vezes querer para
Mas sem
gentilezas sem essa de chorar
Na imensa seca
que tem que enfrentar
Lágrimas são
desperdícios que se deve evitar
Mas porque mais
caminhava os pés
Coitados da cor
do chão
Empoeirado e
machucado como um bem maduro melão
Mas muito ainda
se faltava pra chagar ao seu chão
Pras bandas da
Bahia ainda caminhava
Tinha que chegar
em Pernambuco na terra de “Santão”
Que era sogro
dele homem de muito quarteirão
Que quase marajá
mandava em tudo por lá
Mas sabido o
homem que de pé caminhava
Economizava um
tostão
Sabia e via que
muito caminhava
Não sabia quanto
no bolso ele tinha
Mas via o pesado
embornal no pescoço
Na lua de mel o
dois na praia ficou
O dinheiro do
hotel economizou
Coitada
apaixonada tudo sofria e nada fazia
Trazia no sutiã
moedas de muito valor
Mas tão igual a
ele também economizou.