Não há tempo que faça eu ti esquecer
Nas minhas noites de insônia
Nas minhas penumbras de amar
Nos meus olhos aguados,
Nos meus lábios rígidos de frio
Nada me traz a certeza que vai passar
Não tenho se quer um prova de
esquecimento
Mas por ti amar sozinho lamento
Lamento tanto que pergunto a vida o
que eu faço
Mas mesmo com o passar do tempo
O meu desejo é estar aos seus braços
E sentir seu cheio de pertinho
Não há tempo que apague esse súbito
amor
De súbita entrega, de súbita paixão
Mas nem mesmo quando quero
Não aquieto meu coração
Não esqueço nem por segundo a idéia de
ter lá em minhas mãos
Mas não temo ao destino que como sei
ainda é criança
Mas não temo a crueldade da criança em
questão
Por quê? Não si pode temer, nem dizer
não
Apenas a crença que ele será amigo
Assim ainda sonho ter lá comigo
De instante insano eu vejo as horas
passar
Imagino comigo quanto dói esse tal de
amor
E é claro que mesmo em meio ao ímpeto
de amar
Ainda me sinto seu refém, a amar ti a
distancia
A querer ti como quem quer eternamente
viver
Mesmo sabendo que algo impossível de
ter
Não há tempo que me faça ti esquecer.
Por mais que passe mil anos,
Ainda que esse tempo fosse me dado
Não a esqueceria, não a deixaria
morrer dentro de mim
É puro amor o que sinto, pura
obsessão, desejo, loucura
Sei que por mais que peça do meu peito
esse amor não sai
Por que eu tente essa obsessão não
cura
Mesmo que for dada a mim a
possibilidade de esquecer ti
Mesmo que forem trago a mim todos os
tesouros do mundo
Ainda resistira,
Pois no meu amor louco nenhum objeto
nem desejo e maior que nem mais valioso,
Nem mesmo as dádivas dadas ao mundo
Nem mesmo as virtudes suprir-me-iam o
desejo
Mesmo que fosse dado mim a chave dos
céus pra ti esquecer
Ainda seria puro nessa obsessão, desconheço
fato ou razão
Que possa desviar de você meu
pensamento
Mas se ainda dizerem que basta um
pouco de tempo pra ti esquecer
Digo que nem todo o tempo restante ao
mundo me faria ti esquecer.